Karla Santone https://www.karlasantone.com.br/ Mastologista Wed, 29 Jul 2020 17:54:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=6.4.4 https://www.karlasantone.com.br/wp-content/uploads/2016/09/cropped-apple-icon-180x180-1-32x32.png Karla Santone https://www.karlasantone.com.br/ 32 32 O Médico entende o paciente Vegano? https://www.karlasantone.com.br/o-medico-entende-o-paciente-vegano/ Wed, 29 Jul 2020 17:54:34 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1291 O seu médico ou médica faz cara feia quando você fala que é vegano? Depois ainda pergunta: “mas, você não sente falta?” Quem se identifica?  O Veganismo, hoje, é uma realidade que já faz parte da vida de muita gente, porém ainda são poucos os profissionais especializados em compreender e atender o paciente Vegano, bem […]

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O seu médico ou médica faz cara feia quando você fala que é vegano? Depois ainda pergunta: “mas, você não sente falta?” Quem se identifica? 

O Veganismo, hoje, é uma realidade que já faz parte da vida de muita gente, porém ainda são poucos os profissionais especializados em compreender e atender o paciente Vegano, bem como assimilar as inúmeras vantagens que o padrão alimentar isento de produtos animais tem a oferecer à saude do indivíduo. 

Estudos já mostraram que atletas veganos têm menores fatores de risco cardiometabólico, melhor recuperação e até melhor desempenho, devido ao maior consumo de antioxidantes e menor de gordura saturada, além de zero consumo de colesterol e ferro heme. 

Doenças como Hipertensão arterial, Diabetes, Obesidade, Síndrome Metabólica, Hipercolesterolemia, Doença Cardíaca e alguns tipos de Câncer são menos prevalentes nas pessoas que seguem a Dieta Vegetariana Estrita ou Plant-Based Diet, tornando-a uma importante ferramenta de promoção à saúde e proteção contra essas doenças.

Consulte-se com quem entende você! 

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Quando suspeitar de Hereditariedade para Câncer de Mama? https://www.karlasantone.com.br/quando-suspeitar-de-hereditariedade-para-cancer-de-mama/ Wed, 29 Jul 2020 17:50:45 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1288 É possível suspeitar que uma família ou uma pessoa apresente uma síndrome genética hereditária, ou seja, uma mutação genética passada de geração em geração, a partir da história familiar e/ou da características individuais da paciente. De um modo muito simplificado podemos resumir assim: Quando a pessoa tem a doença câncer e apresenta 1 ou mais […]

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É possível suspeitar que uma família ou uma pessoa apresente uma síndrome genética hereditária, ou seja, uma mutação genética passada de geração em geração, a partir da história familiar e/ou da características individuais da paciente. De um modo muito simplificado podemos resumir assim:

Quando a pessoa tem a doença câncer e apresenta 1 ou mais dos seguintes:

  • Idade precoce ao diagnóstico de câncer; 
  • Mais que 1 tumor primário no mesmo indivíduo;
  • Câncer de mama do tipo triplo negativo;
  • Câncer de mama bilateral.

Quando a pessoa não tem o câncer, mas a história da família apresenta 1 ou mais dos seguintes: 

  • Parente de 1° ou 2° graus com câncer de mama com menos de 45 anos;
  • Múltiplas gerações da família com câncer;
  • Mais que 1 câncer de ovário do mesmo lado da família;
  • Apresentações pouco comuns: câncer de mama masculino; 
  • Tumores raros: adrenocortical, plexo coróide; sarcomas, entre outros.

Em outras palavras, o que tudo isso significa? 

Significa que algumas pessoas podem ser portadoras de um defeito genético que predispõe ao câncer de mama, além de outros canceres. Conhecer essa suspeição através da história clinica, ou até mesmo comprovar a presença da mutação através da realização de testes genéticos, pode ajudar as pacientes a tomarem medidas preventivas ANTES que o câncer se desenvolva.

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O que significa Alto Risco para Câncer de Mama? https://www.karlasantone.com.br/altorisco/ Wed, 29 Jul 2020 17:04:19 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1276 A maioria dos casos de câncer de mama (cerca de 80%) acontecem em mulheres sem nenhum fator de risco para a doença. No entanto, algumas mulheres, principalmente as que possuem casos de câncer de mama na família, podem apresentar um risco mais elevado (igual ou maior a 20% ao longo da vida) de vir a […]

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A maioria dos casos de câncer de mama (cerca de 80%) acontecem em mulheres sem nenhum fator de risco para a doença. No entanto, algumas mulheres, principalmente as que possuem casos de câncer de mama na família, podem apresentar um risco mais elevado (igual ou maior a 20% ao longo da vida) de vir a desenvolver um câncer de mama. Outras características de alto risco são:

  • Mutação nos genes BRCA 1/2;
  • História de irradiação torácica dos 10 aos 30 anos de idade;
  • Forte história familiar;
  • Hiperplasia atípica;
  • Biópsia com câncer lobular in situ;
  • Mamas extremamente densas;
  • Origem judaica Ashkenazi

 

Nesses casos, a identificação dessas pacientes, através da estratificação do risco e realização dos painéis hereditários (testes genéticos), quando indicados, permitem selecionar quais pacientes podem se beneficiar das medidas de vigilância e prevenção, aliadas às medidas comportamentais redutoras de risco, para minimizar a chance da doença se estabelecer.

Identificar pacientes de alto risco é importante para:

  • Identificar portadores assintomáticos entre familiares.
  • Planejar medidas de vigilância e prevenção.
  • Fazer o diagnóstico precoce.
  • Reduzir morbidade e mortalidade.

 

Em outras palavras, isso tudo significa que se a paciente é de alto risco para câncer de mama, conhecer este risco fará com que ela seja acompanhada mais de perto, podendo discutir medidas de redução do risco como a mastectomia profilática, ou o tratamento medicamentoso, ou ainda, apenas para acompanhamento com exames adequados e estilo de vida saudável.

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Carne e Câncer de Mama https://www.karlasantone.com.br/carne-e-cancer-de-mama/ Fri, 19 Oct 2018 22:40:47 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1036 No mundo todo, os países com maior consumo de gordura, especialmente gordura de origem animal, como carnes e lácteos, têm maior incidência de câncer de mama. No Japão, a dieta tradicional é mais pobre em gordura animal, do que a dieta ocidental típica, e as taxas de câncer de mama são bem mais baixas. No […]

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No mundo todo, os países com maior consumo de gordura, especialmente gordura de origem animal, como carnes e lácteos, têm maior incidência de câncer de mama.

No Japão, a dieta tradicional é mais pobre em gordura animal, do que a dieta ocidental típica, e as taxas de câncer de mama são bem mais baixas. No final da década de 1940, quando o câncer de mama era particularmente raro no Japão, menos de 10% das calorias da dieta japonesa vinham da gordura.

Já a dieta americana é centrada em produtos animais, que tendem a ser ricos em gordura e pobres em outros nutrientes importantes, com 30 a 35% das calorias provenientes de gordura.

Quando as meninas japonesas são criadas em dietas ocidentalizadas, sua taxa de câncer de mama aumenta dramaticamente. Mesmo dentro do Japão, mulheres ricas que consomem carne diariamente têm um risco 8,5 vezes maior de ter câncer de mama do que mulheres mais pobres que raramente ou nunca comem carne. Uma possível explicação é que os alimentos gordurosos aumentam os hormônios que promovem o câncer.

De acordo com um estudo de Xangai (Shanghai Women’s Health Study), a soja fornece proteção contra o câncer de mama na pré-menopausa quando consumida durante a adolescência e idade adulta. O consumo de 73.223 chinesas foi avaliado após um seguimento de 7,4 anos. Aquelas com a maior ingestão de proteína de soja ou isoflavona, comparadas àquelas com a menor, tiveram cerca da metade do risco de câncer de mama na pré-menopausa, independentemente da idade no momento do consumo. Não foi encontrada associação significativa com alimentos de soja para o câncer de mama na pós-menopausa.

O consumo de alimentos ricos em gordura, como carne, produtos lácteos, frituras e até óleos vegetais, faz com que o corpo de uma mulher produza mais estrogênios, o que estimula o crescimento de células cancerígenas na mama e em outros órgãos sensíveis aos hormônios sexuais femininos. Isso sugere que, ao evitar alimentos gordurosos ao longo da vida, o risco de câncer relacionado ao hormônio diminui.

Um estudo publicado no Journal of National Câncer Institute, descobriu que quando as meninas com idades entre oito e dez anos reduziram a quantidade de gordura em sua dieta seus níveis de estrogênio foram mais baixos e seguros durante os anos seguintes. Ao aumentar vegetais, frutas, grãos e feijões e reduzir alimentos derivados de animais, a quantidade de estradiol (estrogênio) no sangue caiu 30%, em comparação com um grupo controle.

Pesquisadores de Harvard analisaram 90.655 mulheres na pré-menopausa, entre 26 e 46 anos, no Estudo das enfermeiras de Harvard (Nurses ‘Health Study II) e encontraram que o consumo de gordura animal, especialmente de carne vermelha e produtos lácteos com alto teor de gordura, durante a pré-menopausa está associado a um risco maior de câncer de mama. O aumento do risco não foi associado às gorduras vegetais.

Além disso, uma metanálise de todos os estudos de caso-controle e coortes publicados até julho de 2003 encontrou que uma alta ingestão total de gordura foi associada ao aumento do risco de câncer de mama. O alto consumo de carne aumentou o risco de câncer em 17% e a gordura saturada aumentou em 19%.

 Muitos estudos mostram que a ingestão de carne é um fator de risco para câncer de mama. Uma explicação é que a carne se torna uma fonte de carcinógenos mutagênicos, como HCAs (Aminas Aromaticas Heterocíclicas), que se formam durante o cozimento da carne a altas temperaturas. Uma revisão mostrou que certos HCAs são distribuídos para a glândula mamária. Como consequência, o consumo freqüente de carne pode ser um fator de risco para câncer de mama.

Karla Santone, CRMSP 117.154

Referências ⬇

1. Lands WEM, Hamazaki T, Yamazaki K, et al. Changing dietary patterns. Am J Clin Nutr. 1990;51:991-993.

2.  Hirayama T. Epidemiology of breast cancer with special reference to the role of diet. Prev Med. 1978;7:173-195.

3. Sang-Ah Lee, Xiao-Ou Shu, Honglan Li, et. al., Adolescent and adult soy food intake and breast cancer risk: results from the Shanghai Women’s Health Study. Am J Clin Nutr. 2009; 89: 1920-1926.

4. Dorgan JF, Hunsberger SA, McMahon RP, et al. Diet and sex hormones in girls: findings from a randomized controlled clinical trial. J Natl Cancer Inst. 2003;95:132-141.

5. Cho E, Spiegelman D, Hunter DJ, et al. Premenopausal fat intake and risk of breast cancer. J Natl Cancer Inst. 2003;95:1079-1085.

6. Boyd NF, Stone J, Vogt KN, Connelly BS, Martin LJ, Minkin S. Dietary fat and breast cancer risk revisited: a meta-analysis of the published literature. Br J Cancer. 2003;89(9):1672-1685.

7. De Stefani E, Ronco A, Mendilaharsu M, Guidobono M, Deneo-Pellegrini H. Meat intake, heterocyclic amines, and risk of breast cancer: a case-control study in Uruguay. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev. 1997;6(8):573-581.

8. Snyderwine EG. Some perspectives on the nutritional aspects of breast cancer research. Food-derived heterocyclic amines as etiologic agents in human mammary cancer. Cancer. 1994;74(3 suppl):1070-1077.

9. Lands WEM, Hamazaki T, Yamazaki K, et al. Changing dietary patterns. Am J Clin Nutr. 1990;51:991-993.

10.  Hirayama T. Epidemiology of breast cancer with special reference to the role of diet. Prev Med. 1978;7:173-195.

11. Sang-Ah Lee, Xiao-Ou Shu, Honglan Li, et. al., Adolescent and adult soy food intake and breast cancer risk: results from the Shanghai Women’s Health Study. Am J Clin Nutr. 2009; 89: 1920-1926.

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Como alimentar o Atleta Vegano? https://www.karlasantone.com.br/como-alimentar-o-atleta-vegano/ Tue, 18 Sep 2018 21:18:36 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1026 Como alimentar o Atleta Vegano? Quando se pensa em atletas vegetarianos estritos/veganos logo vem a cabeça de onde eles tiram as proteínas para conseguir músculos fortes e alto desempenho no esporte não é mesmo? No entanto, a resposta é simples: dos vegetais, grãos, castanhas e frutas! Como??? Primeiro é preciso identificar o tipo de atividade […]

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Como alimentar o Atleta Vegano?

Quando se pensa em atletas vegetarianos estritos/veganos logo vem a cabeça de onde eles tiram as proteínas para conseguir músculos fortes e alto desempenho no esporte não é mesmo? No entanto, a resposta é simples: dos vegetais, grãos, castanhas e frutas!

Como???

Primeiro é preciso identificar o tipo de atividade física e qual o objetivo a ser alcançado pelo atleta ou pelo praticante de exercício fisico: se emagrecimento, se hipertrofia muscular, se atividades de longa duração (como maratonas por ex). Ou seja, identificar se ele ou ela vai usar mais o metabolismo aeróbio ou anaeróbio. Igualmente importante é saber a duração, a frequência e a intensidade do exercício. Além disso, é importante também fazer as avaliações antropométricas, os exames laboratoriais e avaliação metabólica do atleta. Tudo será fundamental para a adequação da dieta.

Até aqui, o vegano não difere em nada do atleta onívoro.

Para praticantes de esporte recreacional, atletas amadores ou frequentadores de academia, uma alimentação vegetariana estrita variada naturalmente irá atingir as necessidades diárias de macro e micronutrientes, com exceção da Vitamina B12 (vide posts anteriores sobre a B12).

Já para o atleta profissional pode ser mais difícil atingir o valor energético total diário pois sabemos que os alimentos vegetais tem densidade calórica um pouco menor (engordam menos). Nesse caso, é interessante recorrer ao fracionamento da dieta – comer mais vezes ao dia – e distribuir bem os nutrientes ao longo do dia. E ainda optar por alimentos com densidade calórica maior como oleaginosas, sementes, melado, óleos… e diminuir um pouco a ingestão de fibras, para assim diminuir saciedade e conseguir ingerir mais calorias.

E as Proteínas?

Em relação as proteínas especificamente, precisamos lembrar que:

  • Todos os aminoácidos essenciais e não essenciais estão amplamente distribuídos nos alimentos vegetais;
  • É recomendado o consumo de 10 a 15% das calorias diárias em proteínas;
  • Para atletas a recomendação é de 1,2 a 1,8 g/kg/peso de proteínas fracionadas em 4 vezes ao longo do dia. Exemplo: um atleta de 80kg deverá consumir de 96 a 144g (a depender do objetivo) de proteínas divididas em 4 a 5 vezes ao dia.
  • É preciso combinar o consumo dos cereais (arroz, quinoa, aveia, trigo, etc), que são limitantes no aminoácido Lisina, com as leguminosas (feijões, grão-de-bico, ervilha, lentilha, amendoim, tofu), que são limitantes no aminoácido Metionina, porém o consumo desses grupos não necessariamente tem que ser na mesma refeição e sim ao longo do dia.
  • Parece não haver nenhum efeito adicional em síntese proteica com o consumo de proteínas acima de 2,4 g/kg/peso.

Quando necessário pode-se lançar mão dos suplementos disponíveis no mercado da mesma forma que faz o atleta onívoro: carboidratos, proteínas, BCAA, creatina, cafeína, vitaminas e minerais e etc, porém em versão vegana.

Não podemos esquecer que o exercício fisico é um grande desencadeador de estresse oxidativo e da formação de radicais livres e o consumo de frutas e vegetais com alto poder antioxidante se faz necessário para uma rápida recuperação muscular pós-exercício, não podendo ficar de fora de uma dieta vegetariana saudável e balanceada.

 

Karla Santone, CRMSP 117.154

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Como deve ser a dieta após o diagnóstico do Câncer de Mama? https://www.karlasantone.com.br/como-deve-ser-dieta-apos-o-diagnostico-do-cancer-de-mama/ Tue, 03 Oct 2017 20:12:24 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=1005 Será possível melhorar os desfechos relacionados ao Câncer de Mama através da dieta? Qual seria então a melhor dieta para a doença? Os estudos que mostraram resultados positivos tanto para redução na mortalidade quanto para prevenção da recidiva local evidenciaram um padrão alimentar com baixa ingestão de gordura, alto consumo de fibras e leguminosas. Um estudo […]

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Será possível melhorar os desfechos relacionados ao Câncer de Mama através da dieta? Qual seria então a melhor dieta para a doença? Os estudos que mostraram resultados positivos tanto para redução na mortalidade quanto para prevenção da recidiva local evidenciaram um padrão alimentar com baixa ingestão de gordura, alto consumo de fibras e leguminosas.

Um estudo feito em 40 centros médicos nos Estados Unidos com 48.835 mulheres na pós menopausa, O WHI – Women’s Health Initiative, concluiu que comparado com um grupo de dieta usual, um padrão alimentar com baixo teor de gordura levou a uma menor incidência de óbitos após o câncer de mama e que portanto, uma dieta baixa em gordura e sustentada por longo período de tempo aumenta as taxas de sobrevivência entre mulheres após o diagnóstico do câncer de mama.

Já outro estudo, o Women’s Intervention Nutrition Study mostrou que de 2.437 mulheres que foram divididas em um grupo com dieta com pouca gordura e outro grupo controle, os eventos como recorrência, metástases e câncer na outra mama foram reduzidos em 24% no grupo da dieta. Como conclusão, a adoção de uma dieta pobre em gordura pode aumentar a sobrevida livre de doença nas pacientes com câncer de mama.

Em relação as leguminosas, um grande benefício desses alimentos é a presença dos fitoestrógenos, principalmente os da soja. Os fitoestrógenos não são o mesmo que o estrógeno humano. Pensa-se que os efeitos positivos e protetores dos fitoestrógenos na saúde possam ser causados por essa qualidade “igual, mas diferente”: eles podem mimetizar as ações do estrogênio, se ligando aos receptores estrogênicos, mas atuando como antagonista do estrógeno.

Um novo estudo publicado na edição de 2017 da American Cancer Society descobriu que a soja pode salvar vidas quando se trata de mulheres sobreviventes de câncer de mama. Os cientistas seguiram um grupo multiétnico de mais de 6.000 mulheres com câncer de mama por mais de nove anos. Eles descobriram que o grupo que consumiu mais isoflavonas de soja (≥1,5 mg por dia) apresentou 21% menos óbitos por todas as causas em comparação com aqueles que consumiram menos (<0,3 mg por dia), demonstrando que a soja não somente é segura para consumo como também pode ser muito saudável. E ainda, a quantidade de 10gramas de soja ao dia diminuiu em 29% o risco de morte e em 32% o risco de recidiva.

Assim, embora não existam protocolos oficiais de dieta após o diagnóstico de câncer de mama, a alimentação da mulher portadora da doença deve seguir as recomendações:

  • Pobre em gordura saturada (reduzir carnes, laticínios e ovos)
  • Rica em fibras (aumentar todos os vegetais, cereais integrais, frutas)
  • Rica em ômega 3 (castanhas, chia, linhaça)
  • Rica em leguminosas como feijões e soja (tofu, missô, leite de soja)
  • Rica em vegetais crucíferos (brócolis, couve-flor, etc).
  • Pobre em carboidratos refinados e açúcar (devido ao alto índice glicêmico)
  • Pobre em alimentos industrializados e comida processada.
  • Ausente em carnes processadas, incluindo carne branca embutida, devido a substâncias cancerígenas presentes.
  • Hipocalórica, ou seja, pobre em alimentos muito calóricos, como frituras, doces, etc.

É possível substituir a proteína animal por fontes de proteína vegetal na dieta e assim aumentar o aporte de fibras, diminuindo o de gordura. Leite, ovos, queijos, frango, carnes e peixe não contem nenhuma fibra. Já feijões, ervilhas, lentilhas, grão-de-bico, cereais integrais, sementes e castanhas, entre outros, além de conterem proteínas ainda apresentam grandes quantidades de fibras que atuam na prevenção do câncer por:

  • Melhorar a sensibilidade à insulina,
  • Reduzir os níveis do fator de crescimento semelhante à insulina (IGF-1).
  • Reduzir os níveis plasmáticos de estrógeno por aumentar a sua excreção fecal.

Indo mais além, os alimentos vegetais contém em sua maioria, substâncias conhecidas como antioxidantes e fitoquímicos que atuam no ciclo celular e são muito úteis no combate ao câncer. Esses compostos podem eliminar os radicais livres e ativar o sistema imunológico, e são capazes de reduzir a conversão das substâncias cancerígenas à sua forma ativa. Alguns exemplos são a genisteína, encontrada na soja, o licopeno do tomate, o beta-caroteno encontrado na cenoura, abóbora; os flavonóides presentes em muitos alimentos vegetais, o selênio da castanha do pará, a quercetina, curcumina, epigalocatequina, alicina, resveratrol e muitos outros.

Portanto, os alimentos vegetais fornecem uma imensa gama de fatores de proteção que vai muito além das fibras, vitaminas e dos minerais o que faz com que uma dieta baseada em vegetais seja uma poderosa aliada no tratamento da mulher afetada pelo câncer de mama.

 

Fontes:

1- Low-Fat Dietary Pattern and Breast Cancer Mortality in the Women’s Health Initiative Randomized Controlled Trial.

2- Dietary Fat Reduction and Breast Cancer Outcome: Interim Efficacy Results From the Women’s Intervention Nutrition Study

3- Dietary isoflavone intake and all-cause mortality in breast cancer survivors: The Breast Cancer Family Registry.

4- Vegetable intake is associated with reduced breast cancer recurrence in tamoxifen users: a secondary analysis from the Women’s Healthy Eating and Living Study.

5- Soy Food Intake and Breast Cancer Survival

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A importância de se realizar a Mamografia https://www.karlasantone.com.br/importancia-de-se-realizar-mamografia-2/ Tue, 26 Sep 2017 22:36:15 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=997 A mamografia é o exame mais eficaz para a descoberta precoce do câncer de mama. Através do rastreamento mamográfico, que nada mais é que realizar o exame de rotina em mulheres sem nenhum sintoma, podemos diagnosticar alterações imperceptíveis no exame clínico ou no auto-exame, como pequenos nódulos e microcalcificações suspeitas. O rastreamento mamográfico deve começar […]

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A mamografia é o exame mais eficaz para a descoberta precoce do câncer de mama. Através do rastreamento mamográfico, que nada mais é que realizar o exame de rotina em mulheres sem nenhum sintoma, podemos diagnosticar alterações imperceptíveis no exame clínico ou no auto-exame, como pequenos nódulos e microcalcificações suspeitas.

O rastreamento mamográfico deve começar a partir dos 40 anos em mulheres sem história familiar de câncer de mama e sem alterações clínicas, e a partir daí, anualmente. Em mulheres de alto de risco, que são aquelas que tem ou tiveram parentes de primeiro grau com câncer de mama, a primeira mamografia deve ser feita aos 35 anos e então anualmente. A partir dos 70 anos de idade pode-se realizar o exame a cada 2 anos.

Hoje, sabe-se que 85% dos casos de câncer de mama não tem relação com hereditariedade, é o chamado câncer esporádico. Dessa forma, torna-se importante que todas as mulheres se submetam a mamografia de rastreamento, inclusive aquelas sem fator de risco familiar.

As alterações perceptíveis à mamografia podem preceder as manifestações clínicas em até 3 anos. Microcalcificaçoes e pequenos nódulos quando diagnosticados em estágio pré-clínico apresentam taxa de cura de 95% e o tratamento acaba sendo menos invasivo, com cirurgias menores e mais estéticas.

A ultrassonografia não substitui a mamografia pois não detecta microcalcificaçoes. O ultrassom pode ser útil em muitos casos, principalmente no diagnóstico diferencial em mamas densas e para diferenciar nódulos de cistos, porém não serve para rastreamento populacional.

A mamografia também é o primeiro exame a ser realizado em caso de suspeita clínica de nódulos de mama, mesmo em quem ainda não atingiu os 40 anos de idade. Se você notar alguma coisa diferente na mama, converse com a sua Mastologista para que ela possa solicitar o exame e tirar todas as dúvidas.

Em algumas mulheres a mamografia pode provocar dor. Nada que não seja tolerável e pode ser amenizado por algumas medidas como tomar um analgésico antes e marcar o exame para uma semana após o inicio da menstruação, quando as mamas estão menos sensíveis.

Nao tenha medo de realizar a primeira mamografia, mas também não deixe de procurar a sua especialista anualmente pois, infelizmente, encontramos muitas vezes o que chamamos de “câncer de intervalo” que corresponde a um tumor de crescimento rápido que não estava presente a época da mamografia e começou a crescer antes da realização da próxima, dentro do prazo de um ano. Nesse caso, um exame clínico com a sua Mastologista pode fazer o diagnóstico e aumentar suas chances de cura. O câncer de mama em estágios iniciais tem taxas de cura de 80%.

E não custa lembrar: exercícios físicos, banho de sol, controle do peso, abstinência de álcool e uma alimentação vegetariana saudável, sem excesso de carboidratos refinados, farão muito bem a saúde das suas mamas e a sua como um todo. Cuide-se.

Abaixo, assista o vídeo do canal do Youtube com mais informações:

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Consumo de carne vermelha aumenta o risco de câncer de mama. https://www.karlasantone.com.br/consumo-de-carne-vermelha-aumenta-o-risco-de-cancer-de-mama-2/ Thu, 21 Sep 2017 18:30:13 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=994 Um estudo da universidade de Harvard, o chamado “Estudo das Enfermeiras de Harvard” investigou o consumo de carne vermelha e outras fontes de proteína e sua relação com o risco de câncer de mama. Foram seguidas 44.231 mulheres entre 33 e 52 anos que responderam a um questionário detalhado sobre suas dietas na adolescência. Foram […]

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Um estudo da universidade de Harvard, o chamado “Estudo das Enfermeiras de Harvard” investigou o consumo de carne vermelha e outras fontes de proteína e sua relação com o risco de câncer de mama. Foram seguidas 44.231 mulheres entre 33 e 52 anos que responderam a um questionário detalhado sobre suas dietas na adolescência. Foram documentados 1.132 casos de câncer de mama durante os 13 anos de seguimento do estudo. Um alto consumo de carne vermelha na adolescência foi associado com alto risco de câncer de mama na pré-menopausa. Substituir uma porção diária de carne vermelha por carne branca, legumes ou nozes foi associada a um risco 15% menor de câncer de mama no geral e um risco 23% menor de câncer de mama na pré- menopausa.

A relação entre consumo de carne vermelha e câncer de mama tem sido examinada em vários estudos que não encontraram uma importante associação. Entretanto, a maioria destes estudos foi baseada em dietas durante a meia idade e após. Em contraste, entre mulheres do estudo das enfermeiras de Harvard II, grande consumo de carne vermelha no começo da idade adulta foi associado com aumento na incidência de câncer de mama. Além disso, o consumo de proteína vegetal na idade de 14 anos foi associado com menor risco de doença benigna na idade adulta. Sendo assim, uma potencial explicação para a falta de associação nos estudos prévios seria o período de exposição alimentar.

A glândula mamária é particularmente vulnerável à influência dos carcinógenos durante a adolescência devido a rápida proliferação das células nessa fase. A evidência para esta janela de vulnerabilidade foi demonstrada pela bomba atômica de Hiroshima e Nagasaki e foi também vista no tratamento radioterápico do linfoma de Hodgkin; em ambos os casos a exposição a radiação na infância e início da idade adulta foi associada com subsequente risco de câncer de mama, sendo que a exposição após a idade de 30 anos teve pouco efeito.

Durante os 13 anos de seguimento das 44.231 mulheres, 1.132 casos  de câncer de mama invasivo foram diagnosticados (546 na pre-menopausa, 483 na pós-menopausa, e 103 com status menopausal incerto). Comparadas com as mulheres com o consumo da menor porção de carne vermelha na adolescência, aquelas com a maior porção eram mais propensas a beberem álcool, serem fumantes e terem menarca antes dos 12 anos de idade. Elas eram também mais propensas a terem maior IMC aos 18 anos e na idade adulta.

Entre todas a mulheres, o risco de câncer de mama foi 17% maior nas mulheres com o maior consumo de carne vermelha, comparadas com as de menor consumo. Entre as mulheres na pré-menopausa, o alto consumo de carne vermelha foi associado a um aumento de 43% no risco de câncer de mama comparadas com as de menor consumo. Mesmo com maior ingestão de frutas e vegetais a associação se manteve. E não houve mudança quando ajustada para consumo de gordura animal.

Varios mecanismos biológicos podem explicar a associação entre carne e câncer de mama. Subprodutos carcinogênicos, como as aminas heterocíclicas, criadas durante o cozimento da carne em altas temperaturas podem contribuir para o câncer de mama. Aminas heterocíclicas tem atividade estrogênica a e sua atividade carcinogênica específica no tecido mamario tem sido relatada. Também foi encontrada uma associação inversa entre o consumo de carne de aves e o risco de câncer de mama. Porém, esse dado pode ser devido ao processo de cozimento ser diferente para a carne de aves, assim como, seja possível que consumidoras de frango tenham uma dieta e hábitos mais saudáveis explicando a associação inversa por este fator confundidor.

proteina-vegetal-375x195Efeitos anticarcinogênicos dos feijões e leguminosas foram mostrados em inúmeros estudos e devem contribuir para o menor risco de câncer observado na substituição de carne vermelha por leguminosas. Reduções na insulina, fator de crescimento semelhante a insulina e proteina C reativa, aumento do consumo de fibras ou alterações no metabolismo dos lipídeos podem também contribuir para o baixo risco

Como conclusão, o alto consumo de carne vermelha durante a adolescência foi associado com elevadas taxas de câncer de mama na pré-menopausa e a substituição por outras fontes de proteína pode reduzir as chances de ter câncer de mama, especialmente na mulher adulta antes da menopausa.

Confira também no YouTube:

Fonte: Adolescent meat intake and breast cancer risk

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Vegetarianismo contra o Câncer: uma campanha da Sociedade Vegetariana Brasileira https://www.karlasantone.com.br/vegetarianismo-contra-o-cancer/ Thu, 21 Sep 2017 18:05:24 +0000 https://www.karlasantone.com.br/?p=985 O câncer mata 8,3 milhões de pessoas por ano no mundo. Com o intuito de apresentar à população os benefícios da alimentação vegetariana para a prevenção do câncer, a Sociedade Vegetariana Brasileira e seus parceiros criaram a campanha Vegetarianismo Contra o Câncer. Muitas pesquisas têm surgido nas últimas décadas relacionando o consumo de carnes e […]

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O câncer mata 8,3 milhões de pessoas por ano no mundo. Com o intuito de apresentar à população os benefícios da alimentação vegetariana para a prevenção do câncer, a Sociedade Vegetariana Brasileira e seus parceiros criaram a campanha Vegetarianismo Contra o Câncer.

Muitas pesquisas têm surgido nas últimas décadas relacionando o consumo de carnes e proteína animal à maior incidência de câncer, principalmente na civilização ocidental. Sem dúvida, uma das mais importantes já feitas é a declaração da Organização Mundial de Saúde (OMS) de outubro de 2015 em que, através da análise de 800 estudos feita por 22 especialistas de 10 países e publicada na The Lancet Oncology, classificou o consumo de carne processada como “cancerígena para os seres humanos” (Grupo 1) com base em evidências suficientes para o câncer colorretal e com uma associação positiva para o câncer de estômago. A carne vermelha foi classificada como “provavelmente cancerígena para os seres humanos” (Grupo 2A) e o consumo de carnes vermelhas também foi positivamente associado ao câncer pancreático e ao câncer de próstata. Ao fazer esta avaliação, a OMS levou em consideração todos os dados relevantes e substanciais que mostram uma associação positiva entre o consumo de carne vermelha e o câncer colorretal.
 

O processamento da carne, como curar, embutir e defumar, pode resultar na formação de produtos químicos cancerígenos, incluindo os Compostos Nnitrosos (NOC) e os Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP). De forma semelhante, cozinhar a carne em altas temperaturas também pode produzir carcinógenos conhecidos ou suspeitos, incluindo as Aminas Aromáticas Heterocíclicas (HAA) e os mesmos HAP.
 

Os HAPs são um grupo de mais de 100 produtos químicos diferentes, tipicamente formados quando a gordura e os sucos da carne, incluindo carne bovina, suína, peixe ou aves, gotejam para o fogo criando chamas e fumaça e, em seguida, se mantêm na superfície da carne. Fritar ou grelhar diretamente sobre uma chama aberta são os métodos que mais produzem HAPs, mas estes também são gerados no processo de defumação da carne. Em um estudo realizado em 2016, alterações no DNA mediadas por HAP foram detectadas em tecidos mamários normais adjacentes em 41% das mulheres com câncer de mama e em nenhum dos controles sem câncer (Moorthy, 2016).
 

Outro mecanismo importante indutor da carcinogênese é o Ferro de origem animal, ou Ferro Heme . O Ferro Heme media a formação de Compostos N-nitrosos (NOC) e de produtos de oxidação de lipídios no trato digestivo de seres humanos, ou seja, tem função próoxidante, causando estresse oxidativo e formação de radicais livres. Em um estudo de Shanghai, China, uma alta ingestão de ferro heme foi positivamente associada a um risco 49% maior de câncer de mama primário em mulheres chinesas, e as gorduras saturadas também derivadas de fontes animais podem aumentar esse efeito. O estudo concluiu que reduções combinadas no consumo de ferro e gorduras derivadas de animais têm o potencial de reduzir o risco de câncer de mama (Kallianpur , 2008). Uma potencial explicação para a falta de resultados lineares em estudos prévios sobre câncer de mama e dieta encontra-se no período de exposição alimentar pois, a glândula mamária é particularmente vulnerável à influência de fatores carcinógenos durante a adolescência e início da idade adulta devido a rápida proliferação celular nessa fase. Entre as mulheres do “Estudo das Enfermeiras de Harvard II” um grande consumo de carne vermelha na adolescência e início da idade adulta foi associado com aumento na incidência de câncer de mama em mulheres jovens na pré-menopausa.
 

Durante os 13 anos de seguimento do estudo, foram documentados 1.132 casos de câncer de mama invasivo. Entre todas a mulheres, o risco de câncer de mama foi 17% maior nas mulheres com o maior consumo de carne vermelha, comparadas com as de menor consumo.

Porém, entre as mulheres na pré-menopausa, o maior consumo de carne vermelha foi associado a um aumento de 43% no risco de câncer de mama quando comparadas com as de menor consumo (Farvid 2014).
 

Por outro lado, efeitos anticarcinogênicos dos feijões e leguminosas já foram demonstrados em inúmeros estudos e contribuíram para o menor risco de câncer observado na substituição de carne vermelha por leguminosas. Reduções na insulina, no fator de crescimento semelhante a insulina (IGF-1) e na proteína C reativa, assim como aumento do consumo de fibras ou alterações no metabolismo dos lipídeos também contribuem para diminuir o risco.
 

A importância do padrão alimentar também foi avaliada para o prognóstico do câncer de mama em um Ensaio Clínico Controlado Randomizado (Women’s Health Initiative Dietary Modification trial). Nesse estudo com 8,5 anos de intervenção e 16 anos de seguimento, uma dieta com baixa ingestão de gordura e aumento no consumo de frutas, vegetais e grãos integrais diminuiu número de mortes em mulheres com câncer de mama(RT Chlebowski, 2017).
 

Dieta vegetariana estrita protege contra o cancer de inúmeras maneiras. No Adventist Health Study-2, um dos mais importantes estudos no que se refere a prevenção do câncer associado à alimentação, a dieta vegana, mostrou uma proteção para todos os tipos de câncer. Ainda, mulheres veganas tiveram 34% menos câncer específico do sexo feminino. Posterior evidência veio da análise conjunta dos dados de 2 outros estudos prospectivos no Reino Unido, chamados “Oxford Vegetarian Study” e o “European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition-Oxford (EPICOxford)” que mostraram 19% menor risco de câncer no geral entre os veganos comparados com consumidores de carne (Tantamango-Bartley – 2013).
 

Fatores associados com a alta quantidade de fibras contidas nas dietas vegetarianas promovem aumento da sensibilidade à insulina e uma dieta baseada em vegetais está associada com baixos níveis de IGF-1 comparada com não-vegetarianos ou até mesmo ovo-lactovegetarianos.
 

Um estudo publicado no European Journal of Clinical Nutrition demonstrou que níveis elevados de IGF-1 estavam positivamente associados ao consumo de proteínas de origem animal, leite, queijo e minerais. O estudo avaliou 2.109 mulheres de oito países europeus que tinham participado de um estudo anterior de câncer de mama (EPIC-Oxford) e encontrou uma relação inversa entre os níveis de IGF-1 e a ingestão de vegetais e beta-caroteno, encontrado em frutas e vegetais de cor de laranja, bem como vegetais de folhas verdes (Norat T, 2007).

Insulina e IGF-1 agem como promotores para a maioria dos tecidos normais e também para o tecido préneoplásico e podem favorecer o crescimento tumoral por aumentar a proliferação celular, inibir a apoptose (morte da célula) em células normais e neoplásicas (células cancerígenas), e promover a neoangiogênese tumoral (formação de novos vasos). Portanto, a redução dos seus níveis circulantes pode reduzir o risco de câncer, incluindo o câncer de próstata.
 

Em relação a saúde do homem, as evidências favoráveis a dieta vegetariana estrita se tornam cada dia mais claras. De acordo com pesquisadores de Harvard, o consumo de 2,5 ovos por semana aumentou em 81% o risco de desenvolver uma forma letal de câncer de próstata entre homens saudáveis. Mais além, homens que já vivem com câncer de próstata terão duplicado o seu risco de progressão por comer menos do que um único ovo por dia (Richman, 2011).
 

Já a dieta vegana mostrou diminuir o risco de câncer de próstata em 35% como publicado no American Journal of Clinical Nutrition em janeiro de 2016 (Tantamango-Bartley – 2015). Muito dessa proteção se deve à ausência dos laticínios na dieta vegana. Pesquisadores na Suécia estudaram dados de indivíduos com intolerância à lactose e descobriram que em um total de 22.788 indivíduos identificados como intolerantes à lactose, os riscos de câncer foram menores e estatisticamente significantes: 45% menor risco de câncer de pulmão, 21% menor risco de câncer de mama e 39% menor risco de câncer de ovário. Sendo que a incidência nos parentes de primeiro grau, pais e irmãos, dessas pessoas foram semelhantes à população normal, o que exclui potenciais fatores genéticos (Br J Cancer, 2015).
 

Leites e outros produtos lácteos podem conter altas quantidades de gorduras, particularmente gordura saturada, e alguns fatores de crescimento, como o IGF-1, e mais ainda, o leite é uma fonte alimentar potencial de estrógeno. Níveis aumentados de metabólitos de estrógeno (ME) estão associados com cânceres do sistema reprodutor. Em um estudo nos EUA as quantidades absolutas de ME não conjugado (livre) e não conjugado mais conjugado (total), foram medidas em uma variedade de leites comerciais (integral, semidesnatado a 2%, desnatado e na manteiga). Os resultados mostraram que os produtos lácteos testados contêm níveis consideráveis de ME e esses dados suportam a hipótese de que o consumo de leite possa ter influência sobre o risco de câncer (Farlow, 2009).

De uma forma geral, a dieta vegetariana estrita ajuda a combater o câncer de duas maneiras que se complementam: maior aporte de substâncias inibidoras da carcinogênese e menor de substâncias indutoras do câncer. A combinação da ingestão de alimentos vegetais ricos em compostos como os fitoquímicos, os antioxidantes, os flavonóides, as isoflavonas e as fibras presentes nas frutas, nos vegetais folhosos, nos cereais integrais, nos legumes e nas leguminosas é muito maior, mais completa e eficiente em uma dieta vegetariana estrita/vegana, sendo este um importante mecanismo na redução do risco de câncer entre vegetarianos e veganos e uma excelente estratégia a ser adotada por todos que quiserem uma alimentação mais saudável.

Por Dra Karla Daniela Santone.

Referências:

http://www.thelancet.com/journals/lanonc/article/PIIS1470-2045(15)00444-1/fulltext

http://portugues.medscape.com/verartigo/6500886#vp_2

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17431764

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25220168

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/28654363

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/23169929

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16900085

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/21930800

http://ajcn.nutrition.org/content/early/2015/11/11/ajcn.114.106450

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4453601/

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/19217359

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As mulheres que comem uma dieta rica em gorduras saturadas podem estar em risco aumentado para vários tipos de câncer de mama, como revelou o estudo Epic breast cancer” que incluiu dados de 337.327 mulheres de 20 a 70 anos em 10 países da Europa.

Os pesquisadores descobriram que, após 11,5 anos, 10.062 mulheres no estudo (cerca de 3%) tinham câncer de mama e observaram o tipo de câncer de mama que cada mulher tinha. O maior consumo de gordura foi associado a um maior risco dos tipos de câncer de mama que são alimentados por hormônios, como o câncer de mama  receptor de estrogênio positivo.

A maioria dos cânceres de mama é impulsionada pelo hormônio feminino estrógeno, e destes a maior parte é também sensível ao hormônio progesterona.

A pesquisa encontrou que seguir uma dieta com alto teor de gordura, como Atkins ou Low Carb High Fat aumenta o risco da forma mais comum de câncer de mama em mais de 20%.

Ao aumentar a gordura saturada em alimentos e consumir produtos gordurosos, o risco de câncer de mama hormônio-sensível aumentou em 28% pois as mulheres no estudo que comiam maior quantidade de gordura saturada, particularmente, uma grande quantidade de gorduras saturadas de produtos animais, (cerca de 47,5 gramas por dia) tiveram cerca de 28% de risco aumentado para esses tipos de câncer de mama, em comparação com as mulheres que comeram menos gorduras saturadas (cerca de 15,4 gramas por dia).

“Os resultados deste estudo prospectivo sobre uma grande população heterogênea de mulheres européias indicam que uma dieta com alto teor de gordura aumenta o risco de câncer de mama”, escreveram os autores, liderados pela Dra. Sabina Sieri, do Instituto Nacional do Cancer em Milão, Itália.

“E, de forma mais visível, essa alta ingestão de gordura saturada aumenta o risco de doença receptor hormonal positivo, sugerindo envolvimento da gordura saturada na etiologia (causa) de três subtipos de câncer de mama”, disse ela. Um desses subtipos inclui o HER2 positivo.

Embora o estudo indique que, à medida que mais gordura saturada é consumida, o risco de câncer de mama aumente de forma constante, são necessários mais estudos para determinar a quantidade diária de gorduras saturadas que as mulheres podem consumir com segurança como parte de uma dieta saudável.

Para a saúde mamária ideal e para os benefícios globais para a saúde em geral, recomenda-se que as mulheres consumam calorias de gorduras saturadas mais próximas da parte inferior do espectro do estudo, que é de cerca de 15 gramas por dia.

Fonte:

Consuming a high-fat diet is associated with increased risk of certain types of BC

Dietary fat intake and development of specific breast cancer subtypes.

Veja também:

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